Atuante há 15 anos no município de Itapipoca, Região do Vale do Curu e Litoral Oeste do Ceará, a Cia Balé Baião desenvolve um continuado trabalho de pesquisa, criação, produção e difusão da dança cênica no interior e capital cearense.
Sua trajetória inicia em 1994 com o Dance Rua, integrando jovens dançarinos dos bairros periféricos da cidade de Itapipoca. A partir do contato com grupos, bailarinos, atores e coreógrafos de Fortaleza e de outros estados brasileiros, iniciou-se o interesse em conhecer e aprofundar a dança contemporânea. Nascia a Cia Balé Baião (Balé – Expressão de origem européia: bailado; Baião – Fusão de possibilidades infinitas, ingredientes diversos que farão um “baião temperado”, feijão e arroz, misturas ou miscigenação. Baião também quer dizer “baiar” na gênese da língua portuguesa brasileira, ou seja: bailar, bailado, dança).
Itapipoca não possui uma história de dança vinculada a academias de balé clássico. A dança de Itapipoca nasce dos ritmos ancestrais pertencentes aos povos indígenas, africanos e europeus ainda hoje manifestadas no carnaval através do Maracatu AZ de Espada, escolas de samba e blocos do sujo, das danças tradicionais presentes na praia, serra e sertão: côco de pescadores, a dança de São Gonçalo, o reisado e os dramas; nas festas juninas as quadrilhas e forrós pé-de-serra. Na década de 70 e 80 se destaca Roberlando caxilé como um dos mentores da dança cênica itapipoquense. Em 1984 dentro das pastorais sociais começam a se configurar grupos de dança que coreografavam os sonhos e lutas do povo oprimido à luz da teologia da libertação (Leonardo Boff) e da pedagogia do oprimido (Paulo Freire e Augusto Boal). Nesse contexto de festas populares e militância social surge o Balé Baião, o Movimento de Artistas da Caminhada (MARCA) e em seguida a Associação de Artes Cênicas de Itapipoca (AARTI).
Dirigida por Gerson Moreno, pedagogo e coreógrafo, a Cia Balé Baião apresenta em seu repertório espetáculos de cunho humanista e filosófico, onde movimento e gesto humano ganham significação e expressividade poética:
· Rebelião do Swing (1994)
· Pátria sertaneja (1997)
· Etnia (1999)
· Rebento, dançando o que restou... (2001)
· Carne Benta (2003)
· A dança do momento presente (2004)
· Intimidades (2004)
· Bonança (2004)
· Sincronia Quebrada (2005)
· Balé do Novo Milênio (2005)
· Finitude (2006)
· Fetos e Afetos (2006)
· Advento do Ser (2007)
· Estética (2007)
· Armários e despedidas (2008)
· Remanescentes (2008)
· Sólidos (2008)
· Parágrafos e reticências (2009)
· Laços e presentes (2009)
· Em quatro compartimentos (2009)
· Interferência Lamentos e Gozos da Imperatriz de Itapipoca (2010)
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